quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Um mundo melhor (Sergio Faraco)

Para Jacob Klintowitz



"Na tragédia, não agem as personagens para imitar caracteres, mas assumem caracteres para afetuar certas ações." ARISTÓTELES, Poética, VI, 145-32



– Amanhã venho te buscar para o ensaio  – disse Russo.

Partiu o amigo, deixando-o no pórtico da galeria que ia dar no saguão do hotel. Absorto, não notou que o lugar, mal-iluminado, estaria deserto, não fosse um grupo de jovens, cinco ou seis rapazes e uma garota, em suspeito silêncio no recuo de uma vitrine.

Ao perceber que o olhavam, era tarde.

O bando o cercou.

Enquanto uns o imobilizavam, outros lhe vasculhavam os bolsos. Quis reagir, e a garota, uma loura sardenta de olhos claros que até então mantivera-se à parte, saltou à sua frente com uma faca. Cessou de se debater, mas isso não evitou que um dos rapazes o esmurrasse no nariz, que começou a sangrar.

– Não deixa melar o casaco – gritou a garota, e suas pupilas faiscavam na contraluz da vitrine.

Também roubaram os sapatos e a carteira. Antes da fuga, um safanão o derrubou. Ouviu vagamente a correria na direção da rua, mas não se moveu de imediato, menos por cautela do que por pasmo. Quando pôde levantar-se, algumas pessoas acorriam e o ajudaram a andar até a portaria do hotel. O nariz ainda sangrava, e o gerente, após certificar-se de que não estava tão mal, ofereceu-lhe um copo d'água e um lenço de papel.

– Quer que chame a polícia?

Não, não valia a pena.

– Não levaram cheques, cartões?

Tinham levado.

– Convém fazer a ocorrência e avisar seu banco.

Sem casaco, descalço, sem dinheiro e documentos, tomou o elevador com participantes de um seminário de lojistas, cidadãos de próspera aparência, com ternos alinhados e impecáveis colarinhos, que o relancearam como a uma parede, como se o não vissem.

À noite, quase não dormiu.

Ler era impossível.

Se fechava os olhos, via os jovens se acercando, a disposição deles, o olhar de aço da garota, o lampejo da faca, e ressentia o murro no nariz. Figurava a garota com ódio, depois se compadecia e ódio outra vez a estremecê-lo, então acendia a luz de cabeceira e sentava-se na cama, ofegante e a transbordar rancores. Quanta ironia, quanto escarmento em seu papel de vítima. Logo ele, um dramaturgo cujas obras a crítica iconizara como fotografias sem retoques das tumultuosas noites urbanas, a brutalidade tão crua quanto aberrantes os processos que a deflagravam. Contra esse conspícuo arauto da violência rebelavam-se seus arquétipos – uma cena burlesca em que os infantes de Cronos cometessem parricídio.

À lembrança do trabalho seguiu-se um conforto: não perdera a vida, como tantos, tampouco se ferira com gravidade e – um truísmo – continuava bem-parado em degrau muito acima daqueles sebentos que, mais dia, menos dia, acabariam na prisão ou a estertorar em periféricas sarjetas. Admitiu que a noite fora menos perversa do que poderia ter sido. Descontados o pequeno inchaço no nariz e o prejuízo material, uma bagatela, nada mudara. Era um autor bem-sucedido, o que lhe facultava, com um pouco mais de prudência, conservar-se distante daquele universo ignóbil, cuja utilidade em sua vida era tão-só a de papel-carbono. Não era assim que produzia suas exitosas peças, estereotipias do noticiário policial? A arte copiando a vida, como queria Sêneca? A vida como ela era, sim, trocando apenas de cenário: no lugar da rua escura, o palco enfumaçado à meia-luz.

E começou a se tranqüilizar.

E apagou a luz.

Pelas frestas da veneziana viu que clareava o dia, uma nova manhã após o árduo combate, e lembrou-se de Homero: Quando a aurora de róseos dedos, filha da manhã... E sem saber que a lembrança já era um sonho, dormiu até perto do meio-dia.

Almoçou no restaurante do hotel.

Dormiu novamente e, à meia-tarde, despertou indisposto. Ou não era bem isso, antes algo que o inquietava, que o estranhava. Como se mal se reconhecesse ou recém começasse verdadeiramente a se reconhecer, como se o incidente na galeria – que outra coisa haveria de ser? – lhe tivesse aberto um portal misterioso cujo limiar receasse atravessar, e surpreendeu-se murmurando algo que lhe vinha à lembrança nas horas de incerteza: Eu, o verme, reconhecendo este tecido de alma ausente...* E foi com um princípio de náusea que viu seu rosto no espelho da pia.

À noitinha, Russo veio buscá-lo. Cogitou de desistir do programa, fazer a mala e antecipar a passagem de volta, mas como poderia, se viera à cidade a convite, para ver o ensaio da peça de que era autor?

E foi e logo se aborreceu, a esgrimir com a absurda sensação de que o texto não lhe pertencia ou, se pertencesse, era produto de aquoso e insípido crisol que agora se esvaziara para dar lugar a outras e ainda ignotas misturas. Molestava-se também com as intervenções de Russo e as repetições de cada cena. Russo queria verossimilhança, e o protesto concernia, mas queria também que a representação ultrapassasse sua própria essência, ou seu limite. Chegou a gritar com um ator:

– Não quero representação, quero vida!

Mais vida? E ele ouviu aquilo como a um desaire, como se alguém, por certo ele mesmo em outra dimensão, com outro rosto e redescoberta alma presente, estivesse a lhe apontar o dedo acusador.

Após o ensaio, foram jantar no hotel.

Conversaram sobre a peça, sobre os atores e o que Russo deles exigia, e em dado momento o escritor, quase sem querer e com ligeira impaciência, viu-se observando que a arte obedecia a certas leis que se desavinham com a vida real: cada elemento precisava ter sua existência justificada e esta era a harmonia. A vida não era assim.

E acrescentou:

– Quando pedes menos representação e mais vida estás pedindo uma arte menor.

O outro abriu os braços.

– Que é isso? Crítica ou autocrítica? Agora descartas teu bem-amado Sêneca? Como podes pensar que um texto ou uma representação se aproximem da arte na mesma medida em que se afastem do que é real?

– Não foi o que eu quis dizer, ou foi, mas de outro modo. Não é uma questão de distâncias. A arte tem de ouvir, como Bilac disse a João do Rio, tem de ouvir e registrar todos os gritos, todas as queixas, todas as lamentações do rebanho humano. Mas é um registro como representação, não um fac-símile. Não te parece que essa enunciação de nosso príncipe, considerada isoladamente, está incompleta?

Então o que dissera, ou ao menos pensara, era que a vida, afinal, era o que era ou o que já tinha sido, um caótico enjambement de acasos, “uma história repleta de som e fúria, contada por um idiota” – como não lembrar essa clássica dedução? –, não um organismo ou um sistema que se provasse por ambicionar determinado fim. Ela não buscava o belo ideal, não buscava, como a arte, o mundo melhor. Quisera dizer, então, que a arte tinha de ser basicamente transformadora, e que seu desígnio não era se parecer com a realidade e sim corrigi-la. E acabava sendo – a verdadeira arte – uma imprescindível, primorosa e verossímil mentira. Ou não propriamente uma mentira, mas o que a realidade poderia ou deveria ser...

– ...se viver fosse uma arte.

Russo o olhou por um instante.

– Balzac?

– O belo ideal? Sim e não. Foi o que ele ouviu e acatou, dito pela mãe de Madame de Staël.

– Acho que entendo. Me serves uma sopa canônica, de Balzac a Schopenhauer, com pitadas quânticas e colherinhas de Shakespeare e Voltaire... não te faltou uma receita grega? Não era para tanto. Ou muito me engano ou, se me permites, sem que a comparação te ofenda, estás dando voltas como burro de olaria só para dizer que minha direção não te satisfaz.

– Só estamos discutindo, meu diretor. Nunca te contaram que a dialética da controvérsia favorece a digestão? – e tratou de mudar de assunto, relatando o que lhe ocorrera na véspera.

– O teu nariz... – observou Russo, sinceramente pesaroso. – E numa hora dessas, eu aqui a tagarelar sobre arte.

– Foi um incidente comum.

– E não terminou tão mal.

– Melhor foi o que veio depois.

– Como? Tem mais?

– Hoje à tarde saí, dei uma caminhada. Adivinha quem encontrei num trailer de cachorro-quente.

– Os ladrões!

– A loura.

– A loura!

– A loura sardenta, a da faca. Ela e um menino.

– Nossa, não sei o que eu faria.

Ele se aproximara e a agarrara pelos cabelos. E agora, sua putinha? O menino fugira, continuou, e imagina o espanto das pessoas ao redor, tentando compreender. E diante dele, aqueles olhos não mais implacáveis, olhos de medo e lágrimas de uma pobre menina assustada. E vira também naquele olhar uma saga de miséria e desespero – a versão dos derrotados, como o eram aqueles meninos. Que dos vencedores, como os engravatados do elevador, não obtinham sequer um átimo de reflexão, que dirá um gesto de compreensão, solidariedade e respeito humano.

– Vi nesse reencontro o teatro.

– Viste a vida, meu amigo. A vida como ela é.

– Não, o teatro. Acreditas se te disser que a soltei e fui embora?

Russo ergueu o cálice:

– Aos teus novos e indistintos conceitos não vou brindar, mas gostaria de fazê-lo à tua atitude. Um perfeito epílogo.

O outro brindou, com um ligeiro sorriso.

Mais tarde, quando se despediram à porta do hotel, ele ficou parado, vendo o amigo afastar-se pela galeria.

Um brinde impróprio, claro.

Perfeito epílogo? Ora...

Russo desprezara seus argumentos e acreditara piamente no reencontro com a garota – pensava ver nele a plausível harmonia, a absoluta comunhão entre arte e vida. Seus postulados se engrenavam, coerentes. Mas que pena essa coerência! Russo nem ao menos suspeitara de que aquele reencontro no trailer jamais acontecera e era tão-só uma correção literária do incidente – o mundo melhor –, isto é, a peça que um dia talvez pudesse escrever, desde que ele mesmo também se corrigisse, convertendo-se no autor que agora desejava ser.
____

* Início do romance À beira do corpo, de Walmir Ayala (N. do E.)

11 comentários:

  1. Passei algum tempo pensando em que bom presente eu poderia dar aos leitores deste blog.

    E aqui está ele: um grande conto de um grande escritor, um amigo terno, generoso e prestativo.

    Bom Natal a todos, são os votos nossos, de Sergio Faraco e eu.

    ResponderExcluir
  2. Um mundo melhor e quase três mil anos de tradição cultural em cinco minutos de literatura. Coisa de mestre.

    ResponderExcluir
  3. Poder corrigir a realidade, torná-la ainda mais fantástica, ter poderes para matar ou amar no papel, é o nosso prêmio. Escrever não podia ser só quebrar a cabeça e retalhar o corpo.
    Parabéns Faraco, ótimo texto, um beijo.

    ResponderExcluir
  4. Obrigado, Kiefer e Faraco, por este belo presente.

    ResponderExcluir
  5. Um conto especial, inteligente, reflexivo e muito mais...
    Belo passeio pela literatura.
    Obrigada, Charles, pelo presente!
    Boas Festas a todos!
    Abraços.
    Sandra Stechman

    ResponderExcluir
  6. O mundo melhor começa a surgir a partir do indivíduo ou do coletivo? Parece que a simples vontade individual de querer alterar as tristezas e brutalidades do cotidiano podem gerar a efetiva transformação de parte do coletivo - ao menos na Literatura Deus permite que seja assim...
    Feliz Natal e gracias pelo presente.
    Mariana

    ResponderExcluir
  7. Uma aula de literatura, de teatro, de arte, e de humanidade, e o melhor: num conto enxuto, magistral.
    Junto-me ao coro de agradecimentos por esse presente.
    Feliz Natal.

    ResponderExcluir
  8. Um escritor de sucesso que faz ensaios sobre a violência urbana é, ele próprio, assaltado. Começa assim um conto de Faraco, a velha questão entre a arte que imita a vida ou a vida interferindo na Literatura. Narrativa enxuta, objetiva, exata.Um conto de quem domina o seu ofício, digno dos grandes mestres de nossa Literatura. (José Adolfo Welter)

    ResponderExcluir
  9. Nossa, o Faraco é mesmo maravilhoso. Não poderíamos merecer ou desejar melhor presente.
    Obrigada!!
    Monique

    ResponderExcluir
  10. Um mundo melhor (Parte 1)
    (Jacob Klintowitz)

    Tudo poderia levar a crer que se trata de um conto de idéias, pois a história contém todos os elementos indispensáveis da vida intelectual. Dos três personagens, dois são homens de atividade artística, um é escritor e o outro é diretor de teatro. Há dois cenários, e um deles é um teatro. A ação objetiva tem dois momentos. O primeiro, é um ensaio em que se discute o caráter da representação. A outra ação é inexpressa, uma cena de violência física. E o único diálogo coloca as questões fundamentais sobre a natureza da arte. Entretanto, ainda que o conto “Um mundo melhor”, de Sergio Faraco, obviamente contenha idéias, elas estão subordinadas a um conflito existencial.
    Uma obra de arte vale por si mesma, independente de situações externas. Nada justifica uma obra de má qualidade, nem as boas intenções, nem a história da literatura, nem a biografia do escritor. Certamente estes fatores ajudam, algumas vezes, a compreender melhor, mas o contexto e o pretexto não são o texto. Em “Um mundo melhor”, há um dado relevante da história do artista e ele nos dá um indício interessante. Sergio Faraco nos habituou à qualidade do texto e ao empenho obsessivo em deixá-lo reduzido ao próprio esqueleto. Contudo, sempre existiu uma essencial diferença entre a sua vasta produção intelectual e a sua obra de ficção. Enquanto a primeira é marcada pela pesquisa, acúmulo de informações, objetividade e consciência histórica, a ficção alicerça-se no sentimento da vida dos personagens e na intuição do destino que se revela na própria ação. Desta vez, as duas vertentes se convertem num só vetor. O fio condutor é a verdade ficcional, mas ela é alimentada por um complexo emaranhado de informações.

    Este dado é relevante no percurso do escritor. É notável este caminho, o texto documental acompanha e enriquece a ficção. Houve um casamento de dois aspectos do Faraco e isto é um fato raro na vida de um escritor. Lendo os textos jornalísticos de Alberto Camus, por exemplo, fiquei admirado de como eles eram não só inferiores, mas de outra natureza quando comparados com a sua ficção. Estes dois elementos estão integrados em Faraco, o documento e a verdade existencial.
    Acredito que o diálogo seja uma invenção grega e Platão o seu paradigma. Nele o diálogo serve para apresentar idéias e, acredito, mostrar pessoas. Mais do que idéias, caracteres. O diálogo em que se apresentam idéias tem sempre uma certa atmosfera artificial. Isto se verifica em Platão ou em Oscar Wilde. E devemos aceitar a artificialidade da situação e a verdade intrínseca que se revela. Também no diálogo básico deste conto somos tentados a perceber o que se esconde entre palavras. Aqui, como nos mestres, o oculto é a intuição dos personagens sobre si mesmo, o véu entremostra o destino.

    (segue)

    ResponderExcluir
  11. Parte 2 (continuação)

    O diretor de teatro clama pela vida e por uma ação concreta. Não percebe que o teatro é a ação e o texto é igualmente a ação. A torre de marfim, imagem popular do intelectual alienado, não pode conter o escritor que escreve ou o ator que representa. Por que esta ação seria inferior a outra qualquer ação? Haverá maior verdade no ato de comerciar? Quando Cervantes sonha um fidalgo letrado que sonha ser Quixote, isto não será ação? Ou vida, como pretende obtusamente o diretor ao tentar obter outra essência e contrapô-la à própria estrutura da obra de arte.
    O diálogo compõe a face do personagem à perfeição. O escritor percebe que a sintaxe da arte é a justificativa estética. É verdade e é vida justamente porque é arte.
    É este homem e esta percepção que se defrontam com a violência e com um terceiro personagem, inexpresso, é claro, cujos olhos anunciam um gozo no perigo, uma jovem loura. É ela que deseja levar incólume o casaco, signo social de classe e de proteção. Diante desta ação, despido do casaco, de documentos e dos cartões de crédito, e dos sapatos, o escritor, um homem de saber, perde a sua identificação externa, o reconhecimento do mundo. Ele não só é a vitima, mas é ninguém. Um homem atacado no mar por um tubarão não sente de repente que é, naquele universo que visita, apenas comida?
    O final do conto, no qual ele inventa um desfecho para a história, é um conto dentro de um conto, pois o que ele faz é escrever. É a correção literária à qual o conto alude. E este final, por outro lado, pode ser entendido como um simples mecanismo compensatório. Ou pode mesmo não estar ocorrendo, pode ser que ele invente ter inventado o que teria realmente ocorrido.

    Ou seja, a história tem um caráter ambíguo, como é da natureza da arte. E a vida social, que alguns entendem como a realidade, tem este mesmo caráter ambíguo. É o que nos revelam a mitologia ancestral, as escrituras sagradas, a psicologia e a física quântica... Pretender a certeza é uma pobre ilusão. Em nossa literatura, isto pode ser exemplificado no que de melhor escreveu Machado de Assis. O conto “Missa do galo” não terá esta mesma ambigüidade? O que sabemos daquela conversa fremente entre a mulher e o jovem? É um conto de uma extraordinária sedução, mas sobre o caráter desta sedução é o que nos perguntamos. E até mesmo sobre a concretitude do acontecimento, desde que não consideremos o sonho uma concretitude suficiente, o que não é a minha posição.

    Resta ao personagem, o que conduz a história, a recuperação de sua identidade interior, aquela que não depende do exterior. Ele refaz ou faz o incidente e o relata-escreve para Russo. Neste conto, no qual o personagem não tem nome, ele se encontra consigo mesmo ao perceber o caráter literário de sua narrativa e ao desejo de auto-transformação. Se assim o fizer poderá ser o autor que deseja. Neste universo descrito por Faraco, em que todos estão num tempo imóvel – os executivos no elevador, Russo no seu quarto conceitual, a loura assaltante no seu continuum de miséria, nos cenários imóveis que se chamam hotel e teatro, o sem nome é o único que se coloca no fluxo do tempo e se projeta num vir-a-ser que depende apenas de si mesmo.

    É um tema medieval o diálogo entre “Todo mundo” e ‘Ninguém”. Nós podemos encontrá-lo em muitas representações teatrais, inclusive em Gil Vicente. Como é um tema da Renascença a percepção de que a vida é sonho. Aliás, também em nosso período muitos autores retomaram esta percepção, como Carlyle e Jorge Luiz Borges. A filosofia idealista sempre tratou a vida como um pálido reflexo. Em Faraco estes temas estão inseridos numa forte estrutura narrativa que se apresenta enganosamente fragmentária em diálogos e dois cenários, e na qual ele ilumina três intuições, a necessidade da identidade interior, a verdade da poesia e o destino individual como vontade.

    ResponderExcluir